Devemos ter em mente o seu conceito máximo de Platão que é o de Bem, Belo e Bom e Justo. Estes quatro elementos nos revelam que eles são independentes e interdependentes, isto é, são as categorias máximas às quais o seu pensamento se refere e que compõe a base de todo o seu sistema. O Bem para ele é o fim último que o homem busca, é a virtude máxima, ou seja, o Bem para ele é o Absoluto. Consequentemente, o Belo será a realização efetiva do Bem, ou seja, a busca do homem pelo Bem o conduz de fato ao que é Belo, da mesma forma que na anterior, agora o que é o Bem também é o Belo, pois o Bem em si reúne o Belo. O Bom para Platão, será sem dúvida, a busca pelo que de fato é Belo e que de fato é Bem, ou seja, a bondade é uma conseqüência indireta da busca pelo Bem que culmina por sua vez na Justiça, que para Platão, deve ser entendida como o reto seguimento às leis. A Justiça é o elemento ordenador da desordem possibilitando assim, uma harmonia na busca do bem. Assim, a Justiça é como o Belo e o Bom, é uma derivação da busca pelo Bem Absoluto. Para que esta busca empreendida pelo homem possa se realizar, ele deverá utilizar não de sua opinião, mas de sua inteligibilidade, ou seja, o homem deve se pautar nesta busca pela razão auxiliado pelo seu intelecto. Neste processo, o homem fará uma captação das idéias puras, aproximando-se de ideias maiores que englobam as menores até chegar a ideia Absoluta que é a ideia do Bem. O nome que este caminho descrito por Platão recebe para a realização do Homem no mundo sensível, é o nome de anamnese, que é um resgate das idéias puras, diferente das formas deturpadas do mundo sensível, e que existem em um plano superior, onde somente o filósofo, que tem por finalidade a busca pelo saber, pode chegar mais próximo da verdade.