A música, já dizia o grande Beethoven, é uma Revelação muito mais sublime do que toda Sabedoria ou Filosofia. Ela é a única introdução incorpórea no mundo superior do Saber, esse mesmo mundo que rodeia o homem, cujo significado interior não se percebe por conceitos reais; a parte formal daquela é simplesmente o veículo necessário que revela por meio de nossos sentidos, a vida espiritual.
A Música é o esquema filosófico intuitivo do Universo inteiro; o plano ou mapa da Metafísica Universal. Toda música emana de um Foco e se estende em ondas, como os vitais eflúvios do Astro do dia; como o despregar do Cosmos no momento da criação, se é que as deduções da Mente humana em presença da imensidade, possuem algum valor. Essas ondas espalham-se no espaço por uma ordem harmônica em séries regulares: é a Lei do Ritmo. E como esta Lei Universal, acham-se representadas na Música todas as essências, todas as categorias de filósofos; todas as substâncias universais, ou antes, da perceptibilidade para outros.
Porquanto, a música mental é também manifestada, enquanto se revela a Consciência com todos os seus elementos constitutivos, com toda a integridade de seu significado, com a sua plena coordenação. As idéias de tempo no Absoluto e de duração no Relativo.