Não há para o homem que morre nenhuma recompensa ou castigo vindas do exterior, o que há é o resultado daquilo que ele fez, disse ou pensou quando vivia no plano físico. No astral ele somente irá colher os frutos, bons ou maus, segundo o que semeou em sua vida, pois o veículo físico é apenas o veículo das ações, ao perde-lo não poderá mais criar condições de vida no plano astral, nem pode modificar aquelas que foram forjadas durante sua vida ativa. Eis aqui a razão oculta dos dogmas de céu, inferno ("in-fera" que significa o reino inferior da matéria) ou purgatório das religiões. À primeira vista, parece que o homem é feliz enquanto goza; logo, se fosse possível uma sucessão dilatada de prazeres, sem perturbação ou insipidez, teríamos a felicidade no seu mais alto grau. E é tão universal a coincidência neste ponto, que todas as religiões estão de acordo em proclamar a existência de um paraíso ou glória, onde o justo, depois de morto, goza, sem interrupção, a ventura mais fecunda e perdurável que a imaginação possa conceber.